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José do Patrocínio

José Carlos do Patrocínio nasceu em Campos, Rio de Janeiro, no dia 9 de outubro de 1853. Filho do vigário João Carlos Monteiro e da sua escrava Justina Maria do Espírito Santo. Cresceu na fazenda do pai, em Lagoa de Cima, mas não teve o reconhecimento de paternidade. Aos 14 anos, vai para o Rio de Janeiro, onde exerceu várias atividades subalternas e fez o curso de Farmácia, formando-se em 1864. Mas para sobreviver, ministra aulas particulares.


Interessou-se pela política e pelo jornalismo, lançando, em 1875, o jornal quinzenário Os Ferrões, que logo foi extinto. Em 1877, pelas mãos de Ferreira de Araújo, entra para a Gazeta de Notícias. Em 1879 casa-se com uma de suas alunas, Maria Henriqueta, filha de um Com a ajuda do sogro, compra a Gazeta da Tarde, que se tornou o local onde se articulavam todos os movimentos contra a escravidão. Em 1880, ocupa a tribuna do Teatro São Luiz, para atacar o regime escravagista. Em 1883 criou a Confederação Abolicionista, que se tornou uma força reconhecida pelos políticos e outro grande abolicionista, o aristocrata Joaquim Nabuco disse, na ocasião: “iniciou-se a revolução e a revolução se chama José do Patrocínio”.

Em 1885 morre sua mãe, sem que tivesse chegado o dia da liberdade para os escravos. Em 1886 Patrocínio se candidata e se elege com grande votação para a Câmara Municipal. Nesse período escreve três romances, "Mota Coqueiro", "Os Retirantes" e "Pedro Espanhol". Junto com outros notáveis da época, funda a Academia Brasileira de Letras. Em 1887 deixa a Gazeta da Tarde e funda o jornal "A Cidade do Rio".

José do Patrocínio participa ativamente da campanha abolicionista, fazendo conferências por todo o país pela libertação dos escravos. Ganhou notoriedade internacional, sendo reconhecido como O Tigre da Abolição. No dia 13 de maio de 1888, com a assinatura da Lei Áurea pela Princesa Isabel, acaba a escravidão, mas os negros libertos não têm nenhuma condição de sobrevivência. Patrocínio luta por uma espécie de indenização para os escravos, Após a Proclamação da República, José do Patrocínio discursa em favor do novo regime.

Quando Deodoro renuncia, assume a Presidência o marechal Floriano Peixoto, que decreta estado de sítio e prende, entre outros, José do Patrocínio, confinando-o na região amazônica.

Um ano depois é solto e volta ao Rio de Janeiro. No dia 6 de setembro de 1893 a Marinha rebela-se contra o Presidente Floriano, era a Revolta da Armada. Patrocínio publica um manifesto dos almirantes revoltosos. Floriano manda fechar o jornal. É o início do fim de sua carreira de jornalista. Em 1895 o jornal reabre, mas, em 1902, deixa definitivamente de circular. Patrocínio adoece e , em 29 de janeiro de 1905, aos 51 anos de idade, pobre e morando em Inhaúma, subúrbio do Rio de Janeiro, morre.